Acervo / Digital
Itens: 00 de 59
nº 01
janeiro de 1990
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nº 02
fevereiro de 1990
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nº 03
março de 1990
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nº 04
abril de 1990
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nº 05
maio de 1990
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nº 06
junho de 1990
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nº 07
julho de 1990
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nº 08
agosto de 1990
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n º 09
setembro de 1990
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nº 10
outubro de 1990
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nº 11
novembro de 1990
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nº 12
dezembro de 1990
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nº 13
janeiro de 1991
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nº 14
fevereiro de 1991
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nº 15
março de 1991
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nº 22
outubro de 1991
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nº 23
novembro de 1991
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nº 24
dezembro de 1991
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nº 25
janeiro de 1992
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nº 26
fevereiro de 1992
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nº 27
março de 1992
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nº 28
abril de 1992
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nº 29
maio de 1992
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nº 30
junho de 1992
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nº 31
julho de 1992
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nº 32
agosto de 1992
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nº 33
setembro de 1992
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nº 37
janeiro de 1993
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nº 38
fevereiro de 1993
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nº 39
março de 1993
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nº 49
janeiro de 1994
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nº 50
fevereiro de 1994
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nº 51
março de 1994
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nº 52
abril de 1994
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nº 53
maio de 1994
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nº 54
junho de 1994
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No final de 1989, a Ed. Abril acabara de publicar a maxissérie Milênio e se preparava para lançar no fim de 1990 Invasão, outra saga que prometia mudanças profundas no universo DC. Uma delas seria a volta de diversos heróis obscuros — como Homem-Animal, Starman e Xeque-Mate, que andavam no limbo editorial. Para tornar esses personagens conhecidos entre os leitores brasileiros, a Abril decidiu criar DC 2000, um título extra para suprir essa demanda temporária. 0 que ninguém esperava é que ele se tornaria uma das mais interessantes publicações da linha DC já lançadas no Brasil. Concebida como revista mix, DC 2000 trazia quase que somente heróis de segundo escalão — as exceções foram a Mulher-Maravilha, que saiu nas duas primeiras edições, e Batman, que teve HQs publicadas em quatro números. Xeque-Mate foi um dos destaques do início da revista. Eram HQs sobre uma organização secreta do governo que recrutava agentes para missões de espionagem. Tudo para manter o mundo melhor e mais seguro, seja qual fosse o método necessário para isso. Os agentes do Xeque-Mate agiam ao bel prazer, muitas vezes contra as regras da própria organização. Com muita tecnologia, preparo físico e agilidade mental, eles enfrentavam vilões corporativos, terroristas, agentes inimigos e mercenários. Tiveram, ao todo, dez aventuras publicadas em DC 2000.
LINHA DO TEMPO
ANOS 90
Xeque-Mate, Homem-Animal, Starman, Senhor Destino, L.E.G.I.Ã.O.... DC 2000 investiu em heróis pouco conhecidos e HQs adultas.
LINHA DO TEMPO
ANOS 90
Xeque-Mate, Homem-Animal, Starman, Senhor Destino, L.E.G.I.Ã.O.... DC 2000 investiu em heróis pouco conhecidos e HQs adultas.
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Propaganda da estreia do Homem-Animal na revista. Starman estreou na edição 8 e era outro dos heróis da DC que estavam no limbo editorial
Historias adultas
O grande destaque de DC 2000 foi o Homem-Animal, que, na época, era escrito por Grant Morrison. Com o sucesso de Zenith, serie da revista inglesa 2000 A.D., Morrison entrou para o escalão de roteiristas ingleses em ascensão, como Alan Moore e Neil Gaiman, e tinha carta branca da DC para trabalhar o personagem. Logo, politizou as HQs do Homem-Animal corn vários temas: ecologia, proteção aos animais, bioterrorismo, mecânica quântica, violência... Tudo sem perder a dinâmica dos gibis de super-heróis. Alguns dos trabalhos mais polêmicos de Morrison foram as HQs Evangelho do Coiote (edição 7), uma aventura surreal em que o herói encontra, em carne e osso, o coiote do desenho Papa Léguas, e Dentes e Garras (edição 31), quando o herói caça e mata os responsáveis pelo assassinato de sua família. Na época, não era tão comum ver heróis eliminarem inimigos a sangue frio. Apesar do sucesso, a Abril decidiu parar de publicar HQs do Homem-Animal na edição 36 (dezembro de 1992), pois Grant Morrison não era mais o roteirista. Felizmente, antes de sair, Morrison amarrou todas as pontas soltas das aventuras anteriores.
A edição 12 de DC 2000 trouxe duas novidades: uma seção de cartas e a notícia de que, em três meses, a revista passaria a ter o dobro de páginas. A promessa se concretizou em março de 1991 e a edição 15 chegou as bancas corn 168 paginas, algo até então nunca visto em um título mensal de super-heróis — essa quantidade de páginas era comum apenas em almanaques e edições especiais. Mulher Maravilha e Xeque-Mate saíram já na própria edição 12 e foram substituídos por Senhor Destino, a dupla Rapina e Columba e L.E.G.I.A.O.
durante um período, DC 2000 chegou a ter 168 páginas mensais
Criado pela quadrinista Keith Giffen, o grupo L.E.G.I.A.O. (Liga Extra-Governamental Interplanetária Adjuvante da Ordem) surgiu nas páginas de Invasão como o predecessor da Legião dos Super-Heróis. Graças aos roteiros de Giffen, que tinham ótima combinação de humor, ficção científica e ação, a série logo virou um sucesso. Foi nas paginas de L.E.G.I.A.O. que Giffen trouxe de volta o Lobo, uma antiga criação sua. O personagem surgiu como coadjuvante na revista Omega Men 3 (março de 1983), e agora retornava com seu cinismo e perversão acentuados, tornando-o um anti-herói muito apreciado pelos leitores. Tanto que logo ganhou minisséries e especiais lançados pelas editoras Abril, Globo, Metal Pesado, TEQ e Atitude - além de um título mensal da Brainstore em 2002.
Apesar do aumento de páginas, o ponto negativo dessa fase de DC 2000 foi a retirada da seção de cartas no número 18. Como nem sempre a Abril anunciava as mudanças editoriais que promovia, sem qualquer aviso prévio, em janeiro de 1992, DC 2000 25 retornava ao seu número original de 84 paginas. Na seção de cartas, que voltou na edição 27, os editores anunciavam que, apesar da redução das páginas, as mesmas séries seriam publicadas e que, brevemente, novos heróis seriam incluídos no mix. Fora que o leitor ainda ganharia uma revista mais barata e acessível. Várias séries publicadas no mix de DC 2000 surgiram a partir de testes da DC para lançar novas revistas. Era o caso de Starman, Xeque-Mate e Gavião Negro que, nos Estados Unidos, sequer conseguiram chegar as 50 edições cada, tornando-se heróis secundários na cronologia da editora. O Alheio a isso, o leitor brasileiro deliciava com a variedade editorial de DC 2000, que 3 dava a impressão que sempre traria novidade a cada número.
Em outubro de 1992, a Ed. Abril deixou de publicar nas capas de suas revistas o preço em moeda corrente. A causa foi o polêmico plano econômico Collor 2. Durante três anos, a moeda brasileira se desvalorizou numa crise de hiperinflação que tornou inviável um produto permanecer 30 dias com um mesmo preço. Para contornar a situação, a Abril adotou uma tabela em que cada revista tinha seu código impresso na capa. O Semanalmente, o jornaleiro recebia uma tabela com valores atualizados. Mas os tempos negros para a DC 2000 começariam mesmo a partir da edição 40, em abril de 1993, quando a editora adotou a famigerada estratégia Diet DC, reduzindo a quantidade de páginas de seus títulos — com exceção de Super-Homem, que permaneceu com 84 páginas mensais. A chamada para essa mudança resumia-se ao seguinte texto: "Menos gordura e mais força por centímetro quadrado em nossos títulos. Liga da Justiça, Novos Titãs e DC 2000 passam a ter 50 páginas por edição, sempre com duas histórias inéditas a um preço mais acessível para você!". Era uma alternativa para contornar a crise econômica da época sem cancelar títulos. A ideia funcionou em quase todas as revistas, menos em DC 2000 que, passando a ter apenas duas HQs por edição, perdeu sua diversidade. Mesmo a inserção de novos heróis — como Flash, Arqueiro Verde e Darkstars - não foi o suficiente para manter o nível de qualidade, a ponto de a revista encerrar suas atividades na edição 59, em novembro de 1994.
Comunicado da editora sobre a tabela com os códigos dos preços e mesmo com novos heróis a revista foi encerrada na edição 59
Curiosamente, a despedida começou dois meses antes, na edição 57, com o fim do arco de HQs da L.E.G.I.Ã.O. contra Maximillian G'odd. Já em DC 2000 58, Darkstars terminam seu confronto contra os Escravagistas Espaciais. A edição 59 despediu-se dos leitores com duas HQs nada marcantes do Batman.
A desculpa para o cancelamento foi uma nova reformulação das revistas DC/Abril após os eventos decorrentes da saga O Retorno do Super-Homem. Assim, DC 2000 foi substituída pela revista Superboy. Era o fim de uma das melhores publicações DC/Abril. Atualmente, parece muito difícil a volta de uma revista nos moldes de DC 2000, composta por personagens desconhecidos. Ela foi criada numa época em que os editores tinham visão à frente do mercado e estavam bem menos preocupados em republicar o material norte-americano na íntegra e mais em atender os leitores.
Em DC 2000, Lobo voltou mais mau-caráter do que nunca
Curiosamente, a despedida começou dois meses antes, na edição 57, com o fim do arco de HQs da L.E.G.I.Ã.O. contra Maximillian G'odd. Já em DC 2000 58, Darkstars terminam seu confronto contra os Escravagistas Espaciais. A edição 59 despediu-se dos leitores com duas HQs nada marcantes do Batman.
A desculpa para o cancelamento foi uma nova reformulação das revistas DC/Abril após os eventos decorrentes da saga O Retorno do Super-Homem. Assim, DC 2000 foi substituída pela revista Superboy. Era o fim de uma das melhores publicações DC/Abril. Atualmente, parece muito difícil a volta de uma revista nos moldes de DC 2000, composta por personagens desconhecidos. Ela foi criada numa época em que os editores tinham visão à frente do mercado e estavam bem menos preocupados em republicar o material norte-americano na íntegra e mais em atender os leitores.
Uma fase memorável
Em sua rápida passagem pela revista DC 2000, a Mulher Maravilha apareceu numa ótima fase escrita e desenhada por Len Wein e George Perez. As tramas eram focadas em três pilares: mitologia, magia e aventura. Funcionou perfeitamente e a dupla aproveitou para recontar a origem de Diana, levando a embaixadora da Ilha Paraíso a enfrentar vilões como Circe, Fobos e o temido Ares.. A fase Wein-Perez dividiu os leitores entre os que adoraram o resultado e os que detestaram. Após o término de Invasão, as aventuras da Mulher Maravilha passaram a ser publicadas na revista Super-Homem.
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